IFB em transição
Categoria prêmio LED:
Âmbito de atuação:
Localidades:
Público do projeto:
Pessoas impactadas:
Resumo
Replicabilidade da experiência:


Objetivo
Criar instrumentos de gestão e dispositivos pedagógicos focados na
transição para o paradigma da aprendizagem e inovação dentro do curso
do Ensino Médio Integrado (EMI) em eventos do Instituto Federal de
Brasília que possam ser replicados em todos os Institutos Federais do
Brasil.
Problemas enfrentados pelo projeto
Auxiliar alunos em situação de vulnerabilidade social e econômica a acompanharem o curso técnico em eventos; reduzir conflitos entre alunos e destes com os seus professores; enfrentar a sobrecarga dos educadores; garantir o direito à educação para todos; promover a inclusão e acolher a diversidade na prática; respeitar o tempo e o contexto sociocultural de cada aluno; preparar o corpo docente para a integração das áreas do conhecimento dentro do curso; reduzir a evasão escolar, o desinteresse e a alta incidência de depressão e ansiedade dos alunos; ampliar os espaços de escuta; incentivar a qualificação profissional e o ingresso em universidades após o curso.
Descrição da Atividade
O projeto IFB em Transição é fruto de um processo de avaliação do curso do Ensino Médio Integrado em Eventos do Instituto Federal de Brasília. O alto índice de desinteresse, o questionamento dos professores sobre a real aprendizagem dos estudantes, a evasão do curso, os conflitos internos e a falta de perspectivas sofridos pelos alunos gerou a ideia de reconfigurar a prática pedagógica para melhor atender às necessidades específicas da realidade local.
A primeira estratégia foi a criação de um Projeto de Ensino pelos professores, para que pudessem refletir sobre a situação e estudar
possibilidades de mudança. A instituição garantiu um tempo para as
reuniões dos educadores, que passaram a buscar aperfeiçoamento e a
realização de cursos. Redefiniram valores, princípios, acordos, criaram
vínculos e passaram a se ver como equipe.
A reconfiguração da prática pedagógica partiu da integração entre as áreas do conhecimento prevista no Projeto Pedagógico do curso com dispositivos pedagógicos do paradigma da aprendizagem. Romperam com a estrutura tradicional de estudantes divididos por turmas, idade, séries, em aulas de tempo determinado e conteúdos dissociados da realidade, que não partem dos interesses e necessidades deles.
Desenharam uma nova prática pedagógica, baseada na metodologia de trabalho por projeto, sem aulas tradicionais, divisão por idade, disciplinas, turmas ou tempos padronizados, em diferentes espaços de aprendizagem, em que não há relações de proximidade e afeto entre educando e educador. Para tal, instituíram um processo de tutoria com todos os alunos, de modo que os professores passaram a acompanhar de perto o processo de aprendizagem de um grupo de até 16 educandos, realizando roteiros de estudos, educando pela pesquisa e autonomia.
Os roteiros de estudos são criados a partir de sonhos dos alunos, e o professor-mentor ensina-os a aprender pela pesquisa.
O passo seguinte foi a criação de ferramentas de gestão democrática com
os alunos, como as assembleias estudantis, e dispositivos pedagógicos de
escuta. Estes grupos menores e não seriados fizeram com que alunos de
turmas diferentes se conhecessem, diminuindo a rivalidade, ampliando a empatia e aproximando o tutor da realidade de seus tutorandos, bem como da origem de suas questões socioemocionais. Além disso, nas assembleias estudantis os alunos expõem o que desejam aprender no semestre e, a partir deste levantamento, os professores se organizam em duplas para ofertar oficinas.
Uma das estratégias desta nova prática é o desenvolvimento de projetos
em que os alunos aplicam, na prática, o que aprendem sobre o mercado de Eventos, em consonância com a cultura e as necessidades locais.
Nestes projetos, realizam o mapeamento das necessidades da comunidade e organizam diversos eventos com os estudantes, desde assistenciais, para recolher doação para entidades necessitadas, a casamentos comunitários.
Ao mesmo tempo, ao aplicarem na prática o que aprendem, os estudantes conseguem garantir maior empregabilidade na área. Parcerias com empresas do setor, oportunidades de estágio e voluntariado são frequentes neste sentido.
Ao longo do processo, o grupo de educadores sentiu a necessidade de
produzir seu próprio sistema de gerenciamento educacional, que atendesse à proposta de grupos não seriados e avaliação por objetivos de
aprendizagem. Um aplicativo está em desenvolvimento para atender estas necessidades do curso, e pode ser replicado em todos os Institutos
Federais interessados na transição pedagógica.
O campus onde o curso está inserido conta com núcleos de apoio a pessoas com necessidades especiais, de gênero e diversidade, com atividades formativas, rodas de diálogo, entre outras ações voltadas à eliminação das discriminações e à plena integração socioeconômica, educacional, política e cultural de todas as pessoas, independentemente de raça, condição física, intelectual, classe social, identidade de gênero e
orientação sexual.
ODS atingidos


















Público direto
Atividades realizadas
Temas
Fotos










Materiais utilizados
Monitoramento e avaliação
Resultados
● 37 professores envolvidos no curso e cerca de 180 estudantes, entre
14 e 20 anos, anualmente, além dos formandos dos anos anteriores
(cerca de 44 por ano, desde 2017).
● A maioria dos alunos é de periferia, pretos ou pardos, e um terço
possui renda menor ou igual a um salário mínimo.
● Aumento de na aprovação em Universidades públicas desde a
implementação do projeto.
● Mais de 4 mil alunos no Campus Brasília do Instituto Federal de
Brasília são beneficiados indiretamente por meio da revisão de
práticas educacionais de outros cursos inspirados nesta experiência.
● Desenvolvimento de aplicativo de gestão com o Campus Tecnológico
de Uberaba- IFTM.
● Redução da evasão do curso.
● Aprovação de projetos dos alunos nos editais internos de fomento do
Instituto Federal de Brasília.
● Participação em congressos e publicação de artigos acadêmicos
sobre a experiência.
● Criação de Associação de Pais/Famílias do curso.
Este projeto é muito bom, mas sobrecarrega o ensino médio já que parte dos projeto educacionais, partem da base educacional do ensino fundamental I e fundamental II. Porem acredito que o ensino integral parte de um ensino jurídico, educacional, social e acadêmico, onde os alunos compreendam de forma diretiva e conceituada os princípios educacionais de seus direitos e deveres, respeitando a diversidade e culturas de todos.
Mas esta iniciativa é fundamental para dar início a uma nova tecnologia de ensino, e os resultados apresentados são fantásticos.