Programa Futuras Cientistas
Meninas e mulheres em ciência e tecnologia
Categoria prêmio LED:
Âmbito de atuação:
Localidades:
Público do projeto:
Pessoas impactadas:
Resumo
Projeto brasileiro pioneiro a incentivar o ingresso e permanência de meninas e mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, com foco prioritário em meninas de escolas públicas. Além do uso da metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos (Project Based Learning), o programa articula uma grande rede de mulheres cientistas, empresas, organizações governamentais e não-governamentais em torno da causa. Foram capazes de adaptar toda a metodologia de forma 100% virtual durante o período da pandemia da Covid 19, sem prejuízo da experiência das estudantes quanto à qualidade dos projetos desenvolvidos. Pelo contrário: esta adaptação permitiu que o programa pudesse alcançar as meninas do interior do Estados contemplados.
O Programa Futuras Cientistas tem a colaboração de Universidades e institutos de pesquisa renomados como HARVARD e MIT, potencializando a qualidade dos conteúdos oferecidos, e promove iniciativas internacionais de fomento à atuação de mulheres na ciência como o Women in STEM2D e Women Who Code.
O programa é aberto para a diversidade, apoiando a inscrição e participação de meninas e mulheres com deficiência, independente de gênero e orientação sexual. Buscam ampliar permanentemente o acesso e o debate sobre a inclusão a partir da acessibilidade em suas mídias sociais e em temas como transfeminismo em suas palestras.
Outro diferencial é focar em professoras do ensino médio, que passam a atuar como multiplicadoras do conhecimento adquirido no programa, reproduzindo os experimentos realizados e mobilizando outras meninas a participarem das próximas edições.
Replicabilidade da experiência:


Objetivo
Incentivar alunas e professoras de escolas públicas nas áreas de ciências, tecnologia, engenharias e matemática (STEM– Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática ), – áreas do conhecimento ainda predominantemente ocupadas por homens, através de um programa de imersão realizado durante as férias de verão, acesso aos espaços científicos e tecnológicos, mentorias e encaminhamento para estágios.
A educação STEM vem se popularizando no mundo todo e ela pode se referir a uma metodologia, que tem como base a aprendizagem baseada em projetos ou desafios, ou também ao currículo, que enfatiza as quatro áreas do conhecimento que integram a sigla. Estas áreas são consideradas estratégicas para o futuro do trabalho e são representativas de uma era marcada pelo avanço tecnológico acelerado. Por isso também se diz que STEM é um movimento que tem se popularizado cada vez.
Problemas enfrentados pelo projeto
Descrição da Atividade
A iniciação científica (IC) implica no envolvimento de estudantes de graduação e do ensino médio na realização de projetos de pesquisa científica, sempre sob a orientação de um professor orientador. A IC desperta a curiosidade e interesse dos estudantes pela vida acadêmica e pela pesquisa científica, além de garantir aprendizagens importantes como o conhecimento de metodologias de pesquisa, escrita acadêmica e o conhecimento mais aprofundado em um campo do saber. Para os alunos do ensino médio, em especial, a IC traz ainda mais vantagens, como o maior rendimento escolar e maior interesse e curiosidade sobre a ciência. Além disso, o conhecimento adquirido na iniciação científica pode contribuir muito com o futuro profissional e acadêmico desses estudantes.
Vídeos
ODS atingidos


















Público direto
Atividades realizadas
Temas
01 - Módulo de Imersão Científica
Realização de curso de imersão científica em laboratório de pesquisa para alunas e professoras da rede pública, durante as férias escolares de verão (1 mês de duração). Construído com base na pedagogia construtivista da Aprendizagem Baseada em Projetos (project-based learning – PBL), sua metodologia parte da utilização de conhecimentos presentes no currículo do ensino médio para a resolução de problemas reais. As participantes são divididas em grupos e desenvolvem projetos propostos por pesquisadores-tutores e apresentam os resultados de suas pesquisas na cerimônia de encerramento do programa (disponibilizados no canal do Youtube do projeto). A ideia é relacionar acontecimentos da rotina das participantes com fatos científicos e designs experimentais, de forma a mostrar como a ciência e tecnologia podem ser aplicadas na resolução de problemas. Dessa forma, as participantes passam a conhecer uma profissão e ter uma nova visão sobre a aplicação dos conhecimentos teóricos que aprendem na escola nas disciplinas da área de exatas.
02 - Módulo de Banca de Estudos
Atividades de preparação para o ENEM. As participantes são apresentadas a conceitos do ensino médio através da contextualização com situações cotidianas e apresentação de experimentos científicos que podem demonstrá-los na prática, de modo a contribuir no desenvolvimento do conhecimento e habilidades necessárias ao acesso ao vestibular.
O módulo também proporciona o contato das estudantes com universitárias de cursos STEM para troca de impressões
e possibilidades de carreira, além de apoio de psicólogos durante o período que antecede as provas.
03 - Módulo de Mentoria
Voltado para o suporte e manutenção das jovens no ensino superior, através de encontros para discutir a experiência e assessoria psicológica profissional para auxiliar as participantes. Para tal, uma rede de apoio é criada, em que ex-participantes do programa são acolhidas por outras mulheres que já passaram por situações similares às enfrentadas por elas durante o ensino superior, com orientação no desenvolvimento profissional. O módulo também conta com palestras sobre mulheres cientistas nas áreas STEM e utilização das redes sociais do projeto para veiculação de divulgação científica, com o intuito de aproximar as novidades das ciências das futuras cientistas.
04 - Módulo de Mentoria
Voltado para a inserção no mercado de trabalho e continuidade para a pós-graduação. Promove o contato das participantes com as universidades e institutos parceiros, de forma que possam realizar iniciação científica e estágios acadêmicos, além do contato com empresas parceiras para estágios supervisionados. O projeto também busca permanentemente o apoio de fundações e outros órgãos para viabilizar o maior número possível de bolsistas.
Do ponto de vista da gestão, existe uma estruturação bem definida dos conteúdos de cada módulo do programa, organizada em plataforma de coworking da equipe responsável.
Fotos




Materiais utilizados
Monitoramento e avaliação
Resultados
- O Futuras Cientistas teve sua primeira edição em janeiro de 2012 e já contemplou diretamente cerca de 260 jovens, contribuindo para que mais de 2/3 das participantes fossem aprovadas em cursos universitários nas áreas de STEM.
- Várias jovens que passaram pelo programa já concluíram a graduação. Algumas seguem na vida acadêmica, inclusive em cursos de doutorado em universidades do exterior. O programa também promove iniciativas internacionais de fomento à ciência, com ex-alunas participando de competições importantes como o NASA Human Exploration Rover Challenge.
- Muitas destas jovens passaram a atuar como voluntárias permanentes do projeto, atuando de diferentes formas para na formação dos novos grupos.
- Durante a pandemia de Covid 19 o programa passou a atuar através das redes sociais, encontrando um público cativo que o acompanha através da divulgação científica, atingindo todo o país. O sucesso alcançado também possibilitou a expansão do módulo de Imersão Cientifica para outros dois estados em 2022: Paraíba e Sergipe.
- A metodologia do Futuras Cientistas já foi objeto de estudo de dois trabalhos acadêmicos e os resultados dos projetos desenvolvidos pelas jovens ao longo de sua participação no programa também são compartilhados com o meio científico de diferentes formas: através do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, pelo canal do Youtube do programa, além da publicação em revistas e periódicos voltados para projetos sociais e tecnológicos.
- O programa promove palestras com diversos atores no sentido de facilitar a compreensão sobre temas como feminismo, identidade de gênero e etnia/raça. Dentre as iniciativas neste sentido, o Futuras Cientistas fundou um Grupo de Trabalho sobre Gênero junto ao CETENE e em parceria com a Secretaria da Mulher de Pernambuco, com a finalidade de discutir questões acerca dos desafios encontrados por meninas e mulheres – cis e transgênero – em suas diversas etapas de desenvolvimento científico.
Rede articulada pela proposta
Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE), Consulado Geral dos Estados Unidos em Recife, Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPb), Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Massachussets Institute of Technologies (MIT) , Parque Tecnológico de Sergipe (SergipeTEC), Porto Digital, Secretarias estaduais de Educação, da Mulher e de Ciência e Tecnologia dos estados parceiros, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Universidade de Harvard.